A sustentabilidade não é um privilégio de poucos. Como demonstram diversos estudos e práticas diárias, viver de maneira mais sustentável está ao alcance de qualquer pessoa, independentemente da sua renda, e pode ser muito mais simples do que se imagina. Com alguns ajustes na rotina e nos hábitos de consumo, é perfeitamente possível viver em …
Consigo ser sustentável recebendo a partir de 2 salários mínimos?

A sustentabilidade não é um privilégio de poucos. Como demonstram diversos estudos e práticas diárias, viver de maneira mais sustentável está ao alcance de qualquer pessoa, independentemente da sua renda, e pode ser muito mais simples do que se imagina. Com alguns ajustes na rotina e nos hábitos de consumo, é perfeitamente possível viver em maior harmonia com o meio ambiente todos os dias.
A ideia de que é preciso um alto poder aquisitivo para ser sustentável é um mito, uma vez que a sustentabilidade tem a ver com consciência e moderação do consumo. Para quem recebe a partir de dois salários mínimos, as escolhas inteligentes no dia a dia se tornam, inclusive, aliadas da saúde financeira. Muitas atitudes sustentáveis custam pouco ou até economizam dinheiro. Por exemplo:
- reutilizar e consertar objetos, em vez de descartá-los, prolonga sua vida útil e reduz a necessidade de novas compras.
- planejar refeições evita o desperdício de alimentos.
- e o simples hábito de levar sua própria sacola para o supermercado elimina o uso de plásticos descartáveis.
Essas ações não exigem investimento, mas sim uma mudança de mentalidade que valoriza o que já se tem e evita o ciclo vicioso do consumo rápido. A sustentabilidade se manifesta, portanto, como uma série de escolhas diárias que beneficiam tanto o planeta quanto o orçamento pessoal. A seguir, confira algumas dicas simples que todo mundo pode adotar para uma vida mais sustentável.
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Consumo Consciente: Repensando o Guarda-Roupa
Um dos pontos de partida para um estilo de vida mais sustentável é o consumo de moda. A tentação das plataformas de fast fashion, como a Shein, deve ser resistida. Comprar nessas varejistas levanta sérias preocupações éticas e ambientais:
- Impacto Ambiental e Social: a compra em massa e o modelo de descarte rápido do fast fashion geram uma enorme quantidade de lixo têxtil e promovem a emissão massiva de CO2 devido ao transporte de longas distâncias. Além disso, há sérias dúvidas sobre a obscuridade das leis trabalhistas e as condições de trabalho na produção.
- Apoio Local e Durabilidade: em vez de optar por peças descartáveis, invista em qualidade e origem confiável. Prefira peças duráveis, que realmente valham o investimento, seja de pequenas marcas ou, melhor ainda, em brechós. Essa escolha não apenas reduz o lixo, como também fomenta a economia circular e apoia produtores locais e pequenos empreendedores.
- Adoção do Guarda-Roupa Cápsula: uma estratégia poderosa para combater o consumo excessivo é adotar o conceito de guarda-roupa cápsula. Trata-se de montar um conjunto limitado de peças de vestuário atemporais e versáteis que podem ser combinadas entre si de diversas maneiras. Isso elimina a necessidade de comprar itens novos constantemente, estimula a criatividade com o que já se tem e foca o consumo na qualidade e na funcionalidade, em vez da quantidade.

Alimentação Sustentável: O Impacto do Prato
As escolhas alimentares diárias representam um dos maiores impactos ambientais em nossa rotina. Tornar a alimentação mais sustentável é simples e faz bem para a saúde e o bolso:
- Priorize o In Natura: O consumo de produtos in natura (frutas, verduras, legumes) em detrimento dos industrializados reduz o gasto energético com processamento, embalagens plásticas e aditivos químicos. Comprar em feiras livres, além disso, apoia o produtor local.
- Combata o Desperdício: Planejar as refeições, armazenar os alimentos corretamente e utilizar partes não convencionais (cascas, talos) são atitudes que evitam o desperdício de alimentos, um problema que gera graves impactos econômicos e ambientais (com a decomposição de matéria orgânica liberando metano).
- Reduza a Proteína Animal: A produção de carne, especialmente a bovina, exige grandes quantidades de água e terra e é responsável por significativa emissão de gases do efeito estufa. Reduzir o consumo de proteína animal, substituindo-a por fontes vegetais (leguminosas, grãos) em algumas refeições da semana, é uma das medidas mais eficazes que um indivíduo pode tomar pela sustentabilidade.
Lazer e Bem-Estar Longe do Consumismo
Outra mudança de hábito crucial é a forma como encaramos o lazer. O lazer não deve ser sinônimo de consumo desnecessário. Troque o shopping center pelo parque:
- Shopping vs. Natureza: O ato de ir ao shopping, muitas vezes, nos expõe a um ambiente que constantemente incentiva a compra sem sentido. Esse tipo de “passeio” deve ser repensado.
- Opções Sustentáveis de Lazer: Para relaxar e sair da rotina, escolha atividades que promovam o bem-estar sem impactar o bolso ou o planeta: uma caminhada em áreas verdes, um piquenique no parque ou a visita a uma feira de produtores artesanais, onde o contato é direto e o consumo é consciente.



